Com a chegada dos filhos e filhas inicia-se uma nova etapa na vida cheia de entusiasmo na qual se vivem muitos momentos de felicidade. Ao mesmo tempo, chegam novas responsabilidades, pensando sempre no bem-estar das crianças e em oferecer-lhes ferramentas para que se desenvolvam no futuro. Há muita coisa a decidir, como, por exemplo, a escolha do modelo linguístico no qual vão ser escolarizados. E isto também é interessante para as pessoas que chegaram há pouco tempo à Navarra. Estas são as perguntas mais frequentes que costumam surgir em redor da imersão linguística em euskera, também denominada “Modelo D”.

Como funciona a imersão linguística em euskera? Que línguas se aprendem?

No modelo de imersão linguística, o ensino realiza-se em euskera. Os alunos aprendem a língua enquanto assimilam a matéria escolar.

O sucesso baseia-se no seguinte: é um programa intensivo no qual se dedica a cada língua o tempo necessário, é precoce e muito cuidado em termos metodológicos.

Obviamente, neste momento falamos de educação plurilíngue, porque entre os objetivos deste modelo se encontram, para além do domínio do euskera e do castelhano, ter bom conhecimento de uma língua estrangeira, assim como valorizar as da população migrante da comunidade educativa. Assim, depois de terminar o ensino primário, os alunos dominam o euskera e o castelhano e obtêm um bom nível de inglês.

Portanto, no modelo D começa um processo educativo no qual, por exemplo, aprenderá a ler numa língua, mas subsequentemente aplicará esse conhecimento às outras. As matérias lecionadas e a aprendizagem das línguas estarão interligadas.

Então, também aprenderão castelhano?

Sim. A língua principal da escola é o euskera, mas também se aprende o castelhano. Há uma cadeira específica para a sua aprendizagem. Para além disso, a presença do castelhano nos diversos âmbitos sociais será suficiente para completar a aprendizagem.

Não sei euskera. Como posso ajudar nos trabalhos escolares?

Os trabalhos escolares são trabalhos individuais nos quais as crianças devem ser autónomas.

O fundamental é que adquiram bons hábitos de estudo (estabelecer um horário, dispor de um espaço adequado, ter material de consulta…) e que exista uma boa comunicação entre a escola e a família. Se nalgum momento necessitarem de uma ajuda mais pontual, pode-se-lhes pedir que nos expliquem de que se trata e ajudá-los a encontrar a resposta ou solução, mas sem chegar a fazer-lhes o trabalho.

E, obviamente, também podemos ajudar-nos dos tradutores online. Neste vídeo explica-se como utilizar elia.eus (antes itzultzailea.eus) e Google translate, que, para além da opção web, dispõem das suas respetivas Apps e são comodíssimas: assim, se recebemos os trabalhos em papel, basta fazer uma fotografia do texto a traduzir.
De qualquer modo, apesar destas traduções serem muito úteis, há que ter em conta que nem sempre são precisas e que, como todos os tradutores automáticos, podem conter erros. Contudo, para entender o enunciado de um exercício, costumam ser suficientes.

Se em casa utilizamos outra língua que não é nem euskera nem castelhano, não será demasiado?

Não. Na realidade, poder aprender uma língua mais é uma grande oportunidade. As crianças têm facilidade em usar e aprender múltiplas línguas. É possível que necessitam de mais tempo para falar em todas as línguas, mas o mais importante é o resultado final, não aprender tudo quanto antes.

É sempre importante conhecer as línguas próprias do lugar de residência, na Navarra, o euskera e o castelhano. Através da escola e das relações sociais, as crianças podem adquirir estas línguas, ferramentas que vão ajudá-las no seu futuro cultural, laboral e social.

Constantemente chegam à Navarra pessoas de diversas proveniências, com culturas e línguas diferentes. A transmissão da língua familiar pode continuar na Navarra e é importante fazê-lo porque dá à geração que cresce aqui as referências culturais da sua família e permite-lhes manter a relação com os parentes que ficam no seu lugar de origem. Além disso, dominar a língua familiar proporciona uma base sólida para uma boa aprendizagem posterior de outras línguas.

As pessoas vindas de fora que aprenderam euskera muitas vezes afirmam que isso lhes abriu portas e as ajudou a conhecer melhor a Navarra e a ter mais oportunidades. Uma língua pode ser aprendida a qualquer idade, mas na infância é mais fácil do que na idade adulta. Trata-se em qualquer caso de somar, de oferecer a oportunidade de aprender mais línguas, de adquirir a riqueza que traz consigo aprender também euskera.

Não sei nada de euskera, como posso acompanhar o processo de aprendizagem do meu filho/filha?

Existem numerosos recursos online e era.eus evolui constantemente para que os tenha à mão. Também pode perguntar no serviço de euskera da sua localidade ou cidade, bem como desfrutar das numerosas oportunidades que oferece a agenda cultural. E, obviamente, ao escolarizar as crianças em euskera, elas próprias vão tecendo uma rede de amigos com os quais vão poder praticar a língua.

É verdade que, não sabendo euskera, o normal é pensar “eu não te vou transmitir o euskera!”. No entanto, o que pode transmitir aos seus filhos/filhas é uma atitude muito positiva em relação a esta língua, para que vejam que a si também lhe interessa, que tenta aprender palavras, que gosta dessa língua, que valoriza muito que a estejam a aprender … Tudo isto está nas suas mãos.

Qual é a minha escola de referência? Se na escola da minha localidade não há modelo D, o que posso fazer?

Existem duas opções para estudar em basco. Por um lado, na rede pública, o Mapa Escolar indica qual a escola que oferece o modelo D, consoante o local de residência da família. Por outro lado, no caso da rede subsidiada, o modelo de imersão em basco é oferecido nas ikastolas.

Se na escola da sua localidade não houver oferta de modelo D, existe a possibilidade de pedir ao Departamento de Educação a abertura de uma nova linha.

Para isso, há que preencher um requerimento e enviá-lo por correio registado ao cuidado do Diretor Geral da Educação. Estudarão a eventual abertura de uma nova linha do modelo D, na qual, entre outros fatores, terão em conta o número de meninos e meninas para os quais se solicita a nova linha. Quantos mais pedidos houver, mais fácil será que o pedido seja deferido.

 

CC BY-SA 4.0